Uma casa de idosos começou a ser investigada após a polícia receber denúncias de que ela estaria dopando internos para não precisar aumentar o número de cuidadores à noite, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. De acordo com a Polícia Civil, no momento em que os agentes chegaram ao local, havia 38 pacientes aos cuidados de apenas dois funcionários. Medicamentos sem receitas foram apreendidos.
Como o nome da associação não foi divulgado, o g1 não conseguiu localizar a responsável pelo estabelecimento para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
Segundo a polícia, no escritório da responsável do local foram encontrados vários medicamentos de uso restrito, como a morfina, sem o devido receituário. Além disso, os agentes encontraram receituários já preenchidos, sem assinatura médica e outros receituários em branco. Já perto dos alimentos que em parte teriam sido consumidos pelos idosos, havia um pilão para macerar os medicamentos dos internos e vários potes de medicamentos diversos com o nome dos pacientes.
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Remédios encontrados na casa de idosos e um dos pacientes do local, em Valparaíso de Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Denúncias
A Operação Fraterno, realizada pela 1ª Delegacia da Polícia Civil de Valparaíso de Goiás, aconteceu na quinta-feira (25). Segundo a polícia, após as denúncias recebidas, inicialmente foram feitas diligências durante o dia, mas não foi encontrado nada de anormal.
Somente quando a instituição voltou ao local durante a noite, cumprindo mandados de busca e apreensão, com autorização da Justiça de Goiás, foi que eles puderam ver os 38 pacientes sob os cuidados de apenas dois funcionários.
No local, também foram encontradas outras irregularidades, como idosos dormindo no corredor e na sala de fisioterapia do local e até baratas na dispensa. Os medicamentos sem receituários e os receituários médicos sem assinatura foram apreendidos. As imagens de segurança do local também foram recolhidas para perícia.
As cuidadoras que estavam no local foram ouvidas e liberadas e a responsável pelo local, que é investigada, não foi localizada no dia da operação. Segundo a polícia, ela deve responder pelo crime de expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica do idoso e pelo crime de fornecer medicamento em desacordo com a receita médica.
Os idosos estão sendo acompanhados pela Assistência Social de Valparaíso e pelo Ministério Público de Goiás.