Após a imprensa noticiar a construção de uma lanchonete a três palmos de jazigos e ossários no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) realizou diligências no local, e os peritos constataram que havia crime ambiental, segundo o delegado Wellington Pereira Vieira, titular da especializada. Foi determinada a paralisação da obra no início da tarde desta quarta-feira. Por volta das 13h, uma funcionária responsável da RioPax, que administra o cemitério, foi conduzida à delegacia.
De acordo com o delegado, além de não ter licença ambiental para fazer a construção, também foi constatada a “supressão vegetal”, ou o corte de árvore, para erguer a estrutura. A pena, segundo ele, pode chegar até um ano de prisão, mais pagamento de multa.
Na loja, que ainda não teve as lâmpadas instaladas, abriga eletrodomésticos encaixotados, como um freezer, um frigobar e dois minifornos. Na porta de entrada, latas de tinta e de massa corrida compõem o cenário de uma obra em andamento. Um balde com tinta derramada também estava apoiado à parede.
A lanchonete foi erguida à frente de seis ossários. Quem decidir visita-lós precisa se espremer em um espaço de três palmos, ou de dois passos de distância entre a parede e a sepultura. Anteriormente, no espaço, havia uma mesa onde eram colocados corpos antes do sepultamento, como mostram imagens de 2015.
Na tarde desta quarta-feira, não estava mais afixada a placa que anunciava a inauguração da loja em breve.
Uma delas foi a podóloga Rosângela Coelho Jardim, de 69 anos. Ela disse que comeria na loja se ela fosse inaugurada, apesar de o local escolhido para a sua construção ser inusitado.
— Você come no “podrão” na rua, não é? Acho estranho por conta do lugar, mas o que tem comer um mate com pão de queijo (no cemitério)? — indagou ela, que voltava do velório de um parente.
Já o radialista Adalberto Ferreira Jr., de 68 anos, brincou com a polêmica: