Os pastores e voltuntários que estavam numa missão na África e ficaram ilhados depois da passagem do ciclone Freddy pelo país estão voltando para Goiânia nesta sexta-feira (17). O caminho que eles fizeram de Morrumbala até o aeroporto de Quelimane, cidades de Moçambique, foi muito difícil. Num trecho em que a água passava da cintura, foi preciso fazer um cordão humano com ajuda do Exército do país.
Todo o trecho percorrido a pé foi gravado pelo grupo de 11 voluntários. As imagens enviadas com exclusividade para a TV Anhanguera mostram a travessia por cidades totalmente submersas, enchentes que chegaram na altura do peito, numa viagem que durou 37 horas. Sem o desastre, essa viagem duraria 5 horas.
“Estamos em um trecho muito complicado porque a água tá vindo aqui no peito. Então a gente tem que parar agora e esperar para ver se a água abaixa. É um momento muito crítico da viagem. Passamos por um trecho parecido com esse e conseguimos passar a pé", narrou o pastor no meio do caminho.
Os missionários foram para o Catar, um país árabe, onde conseguiram embarcar para o Brasil.
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Pastores e voluntários goianos fazem cordão humano para atravessar enchentes em Moçambique — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O grupo viajou para Morrumbala, distrito da província da Zambézia, em Moçambique, no início de março para fazer uma missão religiosa e humanitária. A volta era prevista para terça-feira (14), mas o país foi surpreendido pelo ciclone.
O temporal deixou tristes rastros de destruição por Moçambique. O pastor Rinaldo Silva contou que centenas de moradores desapareceram, e não foram encontrados porque a água das enchentes demoram a baixar, o que dificulta o trabalho dos bombeiros.

Missionários mostram situação de Moçambique após passagem de ciclone
O grupo conseguiu se alojar em uma pensão do distrito. No local não há energia elétrica, água potável e começa a faltar comida.
A tempestade surgiu em 6 de fevereiro na Austrália e já é considerado um fenômeno atípico, como o mais longo da história.

Pastor em Moçambique fala sobre a situação de destruição deixada por ciclone
Suprimentos e comida
O pastor Rinaldo explicou que a viagem teve foco social e de compartilhamento dos ensinamentos religiosos. O grupo arrecadou e investiu mais de R$ 300 mil para a população local.
“Foram adquiridos equipamento de som, cadeiras, geradores de energia, moto. Fizemos poço artesiano e trouxemos remédios. Todos os dias alimentamos mais de 500 pessoas”, destacou Rinaldo.
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Missionários goianos registram destruição de ciclone que passou por Moçambique — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM) da Organização das Nações Unidas (ONU), o ciclone Freddy se tornou o mais duradouro da história do país.
Ele se formou entre a Austrália Ocidental e a Indonésia no início de fevereiro. A tempestade passou pelo sul do continente africano no dia 21, ao atingir Madagascar. A primeira chegada a Moçambique foi em 24 de fevereiro. Após cruzar o Canal de Moçambique por três vezes, Freddy assola o país pela segunda vez.
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Missionários goianos levaram R$ 300 mil para Moçambique para ajudar a população local — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
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Missionários goianos registram destruição de ciclone que passou por Moçambique — Foto: Reprodução/TV Anhanguera