A morte aconteceu na última segunda-feira (7). Manoel estava internado no Hospital de Queimaduras de Anápolis. Ele teve múltiplas queimaduras, estava intubado e com o estado geral grave.
No dia 18 de setembro, o trabalhador Antônio Cardoso Brandão, de 36 anos, também morreu após o vazamento, ele fazia um serviço de manutenção em uma tubulação da indústria.
O corpo de Manoel será velado e enterrado na sua cidade natal no estado do Maranhão. O vazamento aconteceu dia 18 de setembro. Ao todo, 12 funcionários foram intoxicados e levados para um hospital da cidade, 10 se recuperaram e estão em casa.
O delegado Maurício Santana, responsável pela investigação do caso, disse que aguarda a conclusão da perícia, mas segue ouvindo testemunhas e vítimas do caso.
A BRF informou à TV Anhanguera que lamenta profundamente o ocorrido e que está prestando toda a assistência aos familiares da vítima. A companhia segue colaborando com as autoridades para a investigação do caso.
Vazamento
O vazamento aconteceu na tarde de domingo do dia 18 de setembro. O Corpo de Bombeiros foi chamado para o socorro aos funcionários. O tenente Sebastião disse que as equipes encontraram uma “grande nuvem” de amônia.
Os bombeiros disseram que foram acionados para a ocorrência por volta de 15h50 de domingo. Quatro equipes da corporação estiveram no local.
Os feridos foram levados para hospitais pelos bombeiros e por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A própria empresa, que tem um serviço de socorro, também ajudou a encaminhar as vítimas para unidades de saúde.
Além das duas mortes, outras 10 pessoas foram atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, medicadas e liberadas.
Fiscalização desde 2018
O Ministério do Trabalho disse, em nota, que fiscaliza a área de Inspeção do Trabalho fiscaliza a empresa desde 2018 em relação a saúde e segurança no meio ambiente de trabalho. O órgão disse, inclusive, que há uma fiscalização em andamento.
O ministério também informou que ainda não recebeu informações oficiais sobre o acidente e que, quando isso acontecer, irá averiguar as condições do acidente para tomar as providências cabíveis.
Ao g1, o Ministério do Trabalho detalhou quais foram as ações de fiscalizações feitas na empresa desde 2018 e contou, inclusive, que a empresa já teve um vazamento de amônia com vários funcionários intoxicados, em junho de 2019. Veja os registros:
09/10/2018: fiscalização indireta para verificação pelo Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT);
08/06/2019: análise de acidente com vazamento de amônia e diversas vítimas não fatais. Na ocasião, foram lavrados 10 autos de infração e procedida a interdição de Condensador Evaporativo. Sobre este caso, o acidente ocorreu em 27/03/2019, tendo a exposição ao produto químico amônia como fator imediato de morbidade de 13 empregados. Iniciou-se ação fiscal no estabelecimento, a qual evidenciou um vazamento de grandes proporções (cerca de 9 mil kg). Em razão disso, foi lavrado o Termo Técnico de Interdição nº 4.028.840-4, cujo objeto foi o Condensador Evaporativo.
10/09/2019: Auditoria direta para avaliar levantamento parcial de interdição: o empregador apresentou parcialmente os documentos previamente solicitados.
08/01/2020: aberta fiscalização para análise de doenças relacionadas ao trabalho;
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Vazamento de amônia na BRF deixa uma pessoa morta e trabalhadores intoxicados em Rio Verde, Goiás, diz polícia — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros