A adolescente foi atendida no Hospital da Mulher (Hemu) e passou por exames no Instituto Médico Legal (IML) para avaliar as lesões e verificar se houve violência sexual.
Ao g1, a Delegacia Estadual da Mulher (Deam) disse que os suspeitos estão detidos, mas não deu mais informações sobre o caso. O caso será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e deve prosseguir em sigilo até o fim do inquérito.
Cárcere e tortura
Em entrevista à TV Anhanguera, a conselheira tutelar Aline Pinheiro Braz dos Santos disse que a adolescente era constantemente punida por questões banais e que suspeitos "criavam formas de punir".
Adolescente sofria violência física e psicológica — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
"Simplesmente por não gostar da forma que ela fez alguma coisa. A punição talvez era não tomar banho, ficar a noite inteira de joelho. Ela ficava três dias ou mais sem se alimentar. Ela está bastante machucada das agressões que sofria”, disse Aline.
De acordo com o pai da adolescente, que veio para Goiânia depois de saber a situação em que a filha se encontrava, ele não conseguiu manter o contato com ela depois do fim do casamento, porque a mãe o impedia.
Adolescente mantida em cárcere privado em Goiás sofria tortura e tinha marcas das agressões pelo corpo — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
"Ela [mãe] falou: ‘Não, ela tá bem, tá vivendo’, mas nunca deixou eu ter contato com ela. Aí, pela situação em que a minha filha ficou, vi que ela estava sendo mantida em cárcere privado, presa, dormindo no chão”, relatou o pai.
No Boletim de Ocorrência obtido pela TV Anhanguera, a adolescente relatou que as agressões eram feitas com cabos elétricos, madeiras, tubos de PVC e queimaduras por cigarro.
Além disso, ela também relata que os suspeitos a faziam acreditar que merecia os maus-tratos por ser “uma pessoa ruim”.