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A imagem é chocante. A estrutura de concreto que pesa mais de uma tonelada desabou em cima de Wellington, que morreu na hora.

Órgãos citados na reportagem se manifestaram por meio de nota . A Prefeitura de Aparecida de Goiânia, além de lamentar a fatalidade, disse que o sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana é de responsabilidade do consórcio RedeMob, sob fiscalização da CMTC, e que não instalou o abrigo de concreto.

No mesmo dia em que o relatório chegou à prefeitura, as secretarias de Desenvolvimento Urbano e de Trânsito também foram notificadas. O levantamento também foi repassado ao Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo (Crea), ao Ministério Público (MP), a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), além de outros órgãos.

O ex-superientende da Defesa Civil de Aparecida de Goiânia, Juliano Cardoso, que esteve à frente da instituição por mais de 13 anos, disse que a morte do homem não foi um acidente, e sim um crime de omissão.

O relatório levanta problemas como falta de iluminação, de cobertura adequada, poluição visual e capim nas estruturas. Diz que a maioria dos abrigos do municipio é de estrutura de concreto armado ou metálica e que os abrigos de concreto possuem peso elevado, que aliado a falta de manutenção, expoe os usuários ao perigo.

Segundo o documento, a manutenção nos abrigos não é realizada com frequência correta, principalmente nas regiões periféricas onde foram encontrados abrigos destruídos, com estrutura fragilizada, com colagens feitas há anos, além de ferrugem. O relatório veio acompanhado de várias fotos.

Sem se referir ao relatório apresentado pela Defesa Civil há menos de 5 meses, a Prefeitura de Aparecida disse que a Defesa Civil inspecionar os pontos de ônibus da cidade para identificar as condições estruturais e solicitar aos responsáveis a interdição, manutenção ou substituição dos mesmos para garantir a segurança da população.

Sobre a responsabilidade na manutenção, um documento de janeiro de 2018 assinado por representantes da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos, a CDTC, presidida na época pelo então prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha diz que são os municípios integrantes da rede metropolitana de transportes coletivos os responsáveis por promover a manutenação, realocação ou instalção de abrigos nos pontos de parada.

O Crea disse que não fiscaliza pontos de ônibus, que esta atribuição é das prefeituras. A entidade confirmou que recebeu o documento da Defesa Civil, mas que não tem atribuição para punir ou obrigar as prefeituras a agirem.

O Ministério Público disse em nota que propôs uma ação civil pública, que já esta em tramitação para promover a adequação dos pontos de ônibus e que todos os municípios que compõem o transporte metropolitano integram esta ação. O MP reassaltou a resolução da CDTC, que estabelece que todos os municípios são responsáveis pela manutenção e instalação dos abrigos.

A CMTC diz que a manutenção, realocação e instalação dos pontos de ônibus são de responsabilidade das prefeituras. Alegou que a companhia apenas planeja a marcação dos pontos e coordena a instalação, e que já iniciou uma avaliação de todos os abrigos da Região Metropolitana.

Câmeras de segurança mostram o momento em que o jovem desceu do carro, onde estava com outros 4 colegas de trabalho. Em seguida, já começa a correria pra tentar socorrê-lo. Wellignton queria comprar lanche na banca de salgados da comerciante Vera Lúcia.

O desabamento aconteceu na Avenida Central, no Residencial Anhembi. Quem estava por perto, disse que na hora ventava, e que a estrutura já dava sinais de que iria cair.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte do ajudante de pedreiro. O laudo da Polícia-técnico Científica, que vai abordar várias questões, deve ficar pronto em até 10 dias.

“Vamos tentar apontar de quem é a responsabilidade, se houve falha, se foi eventualidade, e se alguém pode ser responsabilizado pelo que aconteceu”, disse o perito Agenor Costa.

O delegado Antonio André Júnior disse que o ponto deveria ter sido retirado, já que não há mais linha de ônibus operando no local.

“Vamos verificar se, de fato, o ponto de ônibus estava todo corroído, parece que não há mais linha de ônibus aqui, então não há passagem de ônibus nem passageiros que ficam no local, de modo que esse ponto deveria ter sido retirado e não foi”, destacou o delegado.