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Cavalo de R$ 12 milhões teria morrido após comer ração de fábrica de Goiás, diz advogada

Estimativa é que 657 animais tenham morrido nos últimos dois meses, no País

Cavalo de R$ 12 milhões teria morrido após comer ração de fábrica de Goiás, diz advogada
Cavalo de R$ 12 milhões teria morrido após ingerir ração de fábrica de Goiás, diz advogada (Foto: Reprodução - Canal Business)
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O garanhão mangalarga marchador chamado Quantum de Alcatéia, avaliado em cerca de R$ 12 milhões (fora lucros cessantes de quase R$ 30 milhões em dez anos), foi um dos cavalos que morreu supostamente após consumir ração de uma empresa com fábrica em Goiás. A morte ocorreu há uma semana. A informação foi confirmada ao Mais Goiás pela advogada Maria Alessandra Agarussi, que acompanha vários criadores e faz um levantamento de óbitos dos equinos que estariam relacionados ao alimento da Nutratta Nutrição Animal Ltda., de Itumbiara.

Estimativa da advogada é que 657 animais tenham morrido nos últimos dois meses, no País. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que já apurava o caso, chegando a suspender a comercialização do produto, fala em cerca de 220. Por isso, Maria Alessandra reforça que é importante aos criadores fazerem a denúncia no Mapa para que os números reais sejam contabilizados. A empresa, por sua vez, nega esse volume de mortes.

Mas além do Quantum Alcatéia, a advogada afirma que o grupo inclui outros cavalos e éguas campeões, além de animais “comuns”. De qualquer forma, as ações pedem a recomposição do dano material (o valor do animal, despesas com tratamento médico veterinário e exames, mais o lucro cessante, se for o caso) e também o dano moral. “A situação não é mero aborrecimento”, enfatiza. “Alguns cavalos, inclusive, eram utilizados como terapias. Há pessoas em depressão.”

Casos

A advogada revela que os casos foram registrados em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte e Goiás. Um dos criadores goianos que teve prejuízo foi Weder Silva, que tem propriedade em Goiânia. “Prejuízo muito grande. Nem sei como te falar o tamanho do problema que essa empresa está causando em Goiás e no Brasil inteiro. Uma tragédia.”

Os problemas começaram há 40 dias e ainda persistem, segundo Weder. Ele perdeu três cavalos e outros três estão em observação. Os sintomas incluem desorientação, alterações de comportamento e mudanças na locomoção. Eles também perdem o apetite e ficam prostrados. Outro criador de Goiás confirmou ao portal que também perdeu um cavalo. Ele, contudo, disse que não poderia dar entrevista neste momento.

Atualmente, existe um grupo no WhatsApp chamado “Vítimas do Caso Nutratta” com 406 membros. Além das quase 700 mortes, aproximadamente 367 animais estão em tratamento e 212 sob observação clínica.

Empresa

Mais Goiás procurou a defesa da empresa para se manifestar. Em nota, a Nutratta, por meio do advogado Diêgo Vilela, lamentou os relatos de intoxicação e disse que colabora com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para elucidar os fatos. Sobre os números, o jurista diz que eles não procedem.

Nota completa da Nutratta

“A Nutratta lamenta profundamente os relatos de intoxicação e óbitos de animais associados ao produto Foragge Horse, da linha de nutrição animal equina, e reforça que está colaborando integralmente com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para elucidar os fatos, inclusive recebendo os os técnicos do MAPA em sua planta, fornecendo todos os documentos e informações técnicas solicitadas.

Embora as investigações do Ministério da Agricultura e Pecuária ainda estejam em curso, foi divulgada nota técnica no sentido de que as análises laboratoriais preliminares indicaram a presença da substância monocrotalina, que é produzida pela própria natureza, por plantas do gênero Crotalaria – uma leguminosa que é muito utilizada em adubação verde _, e que pode estar presente em matérias-primas de origem vegetal utilizadas em diferentes cadeias agroindustriais, tratando-se, pois, de uma fatalidade, caso isso venha a ser confirmado.

Assim, diante da situação excepcional, a Nutratta já adotou medidas adicionais de autocontrole. Entre essas ações estão o reforço das análises laboratoriais, revisão dos protocolos de qualificação de fornecedores e rastreabilidade das matérias-primas vegetais, revisão completa dos processos sanitários internos e reestruturação do layout fabril.

Por fim, a Nutratta destaca que vem adotando todas as providências cabíveis para mitigar os efeitos da situação, incluindo suporte técnico aos clientes, rastreamento dos lotes envolvidos e revisão de seus processos internos. Ressalta-se que não há, até o momento, conclusão definitiva quanto a eventual nexo de causalidade entre os casos relatados e os produtos da empresa, e que a empresa conseguiu uma liminar na Justiça Federal para restabelecer seu funcionamento quanto à atividade de produção e comércio dos produtos não destinados a equinos.

A Nutratta permanece à disposição das autoridades e da sociedade para prestar os esclarecimentos técnicos necessários, mantendo seu compromisso com a qualidade, a segurança alimentar e o bem-estar animal, valores que sempre nortearam sua atuação.

FONTE/CRÉDITOS: Mais Goiás

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