Aos 38 anos, João Carlos Rodovalho Costa, conhecido como João Saci, chegou à base do Everest. O palestrante e atleta caminhou cerca de 50 km de subida para atingir o objetivo. Ele teve a perna esquerda amputada há cerca de 20 anos, por causa de um câncer no joelho, e parte do pulmão retirado, devido a outro. Durante toda a vida, ele venceu cinco tumores e está em remissão desde dezembro de 2016.
Treinado pela vida em superação e resiliência, ele contou que a conquista foi resultado de cerca de dois anos de muita dedicação e comemora a vitória após voltar a Goiânia, na segunda-feira (25).
"É difícil descrever a alegria, a felicidade, a realização. Não só em superar o câncer e a amputação, mas a conquista de um desafio pessoal para chegar a esse objetivo", contou.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/1/g/1x3zY2QNSRB0A1B4whjw/joao-saci-foto4.jpg)
João Saci, 38 anos, teve perna ampurada após câncer e chegau à base do Everest — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
João disse que começou a planejar a viagem em 2019, quando viu que um amigo tinha feito o passeio. À época, ele queria um desafio diferente.
O atleta já praticava natação e conquistou várias medalhas em competições pelo esporte. Anos depois, passou a se dedicar ao crossfit, mas não sabia como o corpo iria responder a um treinamento para horas de caminhada em ângulo de subida.
"Vi um desafio bacana de se fazer e treinar para isso. Veio a pandemia, que adiou o projeto, mas continuei treinando em casa. Fiz crossfit, musculação, uma fisioterapia de repadronização - específica para esse objetivo", explicou.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/X/H/n9FOg6QR6u1NDafPhp7Q/joao-saci-foto3.jpg)
João a caminho do Everest — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
No último dia 6 de abril, João saiu de Goiânia em direção ao Nepal, onde chegou após dois dias de viagem. A aventura, no entanto, teve início no dia 10, quando começou a caminhada.
"Foram cerca de sete dias caminhando em torno de seis horas por dia, de vilarejo em vilarejo. Chegamos a 3 mil metros de altitude e paramos para aclimatar. Depois continuamos até chegarmos a 5 mil. Nunca tinha estado em locais tão altos. A respiração fica pesada por causa da falta de oxigenação, mas o corpo estava respondendo super bem", descreveu.
Ao falar da experiência, o atleta descreveu um momento de muita emoção, quando chegou a uma área de homenagens às pessoas que morreram no Himalaia.
"Lembrei muito das pessoas que eu inspirei na luta contra o câncer, mas que não estão mais aqui. Lembrei do meu avô, que faleceu dez dias antes da minha viagem. Foi um momento de emoção muito forte", disse.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/5/i/VpqpZxS4KSgcniz0WQdg/joao-saci-foto.jpg)
Chegada de João Saci à base do Everest — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
A chegada à base do Everest aconteceu no último dia 17. Nas redes sociais, João comemorou a conquista e escreveu sobre atingir objetivos e ver o impacto das conquistas pessoais naqueles à sua volta:
"O propósito é muito maior que um feito pessoal. É sobre inspirar pessoas, é sobre ser uma fator de soma na vida de quem você convive. Nós precisamos de bons exemplos, eu preciso de bons exemplos e o mundo precisa cada vez [mais] disso".