Chegando à 36ª semana de gestação, Kamylla Santos descobriu que seu bebê deve nascer com uma malformação conhecida como "meio coração" - uma cardiopatia considerada grave pelo médico que diagnosticou o caso. Ela contou que precisa conseguir a São Paulo fazer o parto e uma cirurgia em Arthur Gabriel assim que ele nascer.
Moradora de Pires do Rio, no sudoeste goiano, Kamylla faz o acompanhamento da gravidez em Goiânia. Ela disse que informou a situação ao Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) e entrou com um pedido na Justiça no domingo (27). No mesmo dia, ela conseguiu uma decisão que determina o "custeio de todos os procedimentos de internação".
O Ipasgo informou, em nota enviada às 21h19, que "a usuária não procurou a autarquia para solicitar a cobertura do procedimento". Também de acordo com o texto, o Instituto "iniciou, nesta quinta-feira (03/03), as tratativas com as unidades hospitalares de São Paulo, capazes de realizar a cirurgia de forma segura e adequada" - leia íntegra ao fim da reportagem.
Enquanto luta pela autorização do plano, Kamylla começou uma vaquinha online para garantir que terá condições de se manter na cidade e arcar com o tratamento.
“Se eu fizer o parto aqui em Goiânia a chance é zero de ele sobreviver. Já em São Paulo é de 84%! Já estou com 36 semanas, estou desorientada. Como que vou para lá sem autorização, sem dinheiro?”, desabafou a mãe.
'Meio coração'
Kamylla disse que o diagnóstico foi dado na sexta-feira (25). O cardiologista que analisou os exames emitiu um laudo descrevendo que o bebê tem Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo - popularmente chamada de "meio coração”.
De acordo com o documento, trata-se da “mais graves das cardiopatias congênitas”, uma malformação “complexa”. Por isso, ele indicou que a cirurgia seja feita por médico em São Paulo “por ter nesta patologia a maior estatística de sobrevivência cirúrgia no Brasil.
Nota completa do Ipasgo
Em resposta à solicitação feita pelo Portal G1 Goiás, o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) informa o que segue:
- O Ipasgo esclarece que a usuária não procurou a autarquia para solicitar a cobertura do procedimento. O Instituto só tomou conhecimento do pedido após a intimação da decisão judicial, que ocorreu ao final da tarde desta quarta-feira (02/03).
- Na tarde de hoje (03/03), a usuária apresentou contrações e, neste momento, é assistida por uma unidade da rede credenciada do Ipasgo, em Goiânia. Agora, o Instituto aguarda o posicionamento da equipe médica, responsável pelo atendimento, para avaliar a possibilidade de transferência da beneficiária e da criança para São Paulo, onde deve ser realizado o procedimento solicitado.
- O Ipasgo ressalta que iniciou, nesta quinta-feira (03/03), as tratativas com as unidades hospitalares de São Paulo, capazes de realizar a cirurgia de forma segura e adequada. O Instituto já formalizou as solicitações de cobertura do procedimento e aguarda resposta sobre a disponibilidade de vaga pelos hospitais, o que deve ocorrer em breve.
- O Ipasgo destaca ainda que segue acompanhando a situação da usuária e prestando todos os esclarecimentos necessários.