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Guerra suja nas redes, aposta em 'fake news', batalha religiosa, apoios inéditos: como foi a campanha do 2º turno.

Corrida pelo Planalto, que opõe Lula e Bolsonaro, ficou marcada por engajamento inédito de personalidades, artistas e influencers;

Guerra suja nas redes, aposta em 'fake news', batalha religiosa, apoios inéditos: como foi a campanha do 2º turno.
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Batalha frenética nas redes sociais, "guerra santa" (com a religião levada insistentemente ao centro do debate) e inéditas declarações de apoio vindas de personalidades e de ex-adversários políticos marcaram a campanha de segundo turno da eleição 2022.

Nas quatro semanas que sucederam o primeiro turno, realizado em 2 de outubro, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) envolveram-se em um embate turbulento, que girou ainda em torno de menções a satanismo, canibalismo e pedofilia. Esse cenário conflituoso levou a uma intensa atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar coibir e punir eventuais irregularidades.

 

Houve também um episódio de violência no qual o ex-deputado federal Roberto Jefferson, que é apoiador do candidato à reeleição, disparou tiros de fuzil e lançou granadas em policiais federais.

Na véspera da votação, marcada para este domingo (30), o g1 relembra os destaques campanha de segundo turno, que se encerra oficialmente neste sábado (29). 

 

  • Declarações de apoio – houve grande engajamento de artistas, atletas e influencers que, no passado, não costumavam declarar votos; ex-adversários políticos de Lula ou de Bolsonaro também se manifestaram (em certos casos, discretamente), como Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Sergio Moro (União Brasil).
  • Luta contra abstenção – além de pedir votos, os dois candidatos fizeram campanha contra a abstenção no segundo turno, após o índice recorde no primeiro, quando mais de 30 milhões de eleitores deixaram de votar; agora, mais de 300 cidades e todas as capitais do país devem oferecer passe-livre no transporte público no dia da votação.
  • 'Guerra santa' – as campanhas começaram com publicações associando Lula a satanismo e o Bolsonaro a maçonaria; depois, ocorreram atos em igrejas e templos, onde houve discussões e brigas.
  • 'Pintou um clima' – uma declaração de Bolsonaro sobre adolescentes venezuelanas que ele abordou durante um passeio de moto no DF gerou críticas e indignação; o presidente descreveu: "Pintou um clima, voltei. [Perguntei]: 'Posso entrar na sua casa?'. Entrei. [...] E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumado no sábado para quê? Ganhar a vida". Dias depois, ele gravou um vídeo no qual se desculpou e, ao lado da primeira-dama, disse que as mulheres do local eram trabalhadoras, não prostitutas.
  • Assédio eleitoral – em outubro, dispararam as denúncias de assédio eleitoral em empresas; a prática, que é ilegal, consiste na tentiva de influenciar o voto de empregados por meio de ameaças, coação e promessas de benefícios.
  • Guerra suja de fake news – o conflito nas redes sociais agravou-se consideravelmente no segundo turno, com candidatos e apoiadores trocando acusações e levantando conteúdos falsos ou sensacionalistas.
  • TSE contra fake news – para tentar controlar a avalanche de fake news, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou retirar conteúdos das duas campanhas e aceitou centenas de pedidos de direito de resposta; a corte também alterou regras para que as redes passassem a ser mais rápidas para tirar do ar conteúdos considerados falsos ou distorcidos e também abriu investigação contra uma rede de desinformação bolsonarista.
  • Prisão de Roberto Jefferson – aliado de Bolsonaro, o ex-deputado federal reagiu com tiros de fuzil e granadas a policiais federais que, no domingo (23), foram cumprir um mandado de prisão contra ele; o presidente repudiou a ação e tentou se desvincular do ex-parlamentar.
  • Poucos debates, muitos podcasts – ao longo da campanha, os dois candidatos privilegiaram entrevistas a podcasts de grande audiência, como Flow e Inteligência Ltda.
  • Batalha nas redes – numa única semana de outubro, Bolsonaro gastou R$ 15 milhões em propagandas no YouTube (quatro vezes mais que o adversário); pelo lado de Lula, o deputado federal e influencer André Janones ajudou o PT a aumentar a presença do partido nas redes e a reagir no campo da batalha digital, que nos últimos anos vinha sendo domindo por bolsonaristas.
  • Economia – no fim da campanha, veio à tona uma proposta, ainda em estudo no governo Bolsonaro, para desvincular o reajuste do salário mínimo e aposentadorias do índice de inflação do ano anterior (após a repercussão negativa do plano, o Ministério da Economia informou que a correção deverá ser, no mínimo, pelo índice da inflação); já Lula divulgou uma carta na qual propôs o retorno do Bolsa Família e falou em aumentar a faixa de isenção do imposto de renda.
  • Inserções no rádio – um dia após a tumultuada prisão de Roberto Jefferson, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, exibiu um relatório no qual alegou que rádios deixaram de veicular ao menos 154 mil inserções da campanha de Bolsonaro; pelo TSE, Alexandre de Moraes apontou inconsistências no documento; líderes bolsonaristas mantiveram o assunto em alta nas redes e passaram a defender o adiamento das eleições, numa nova escalada golpista.
  • Estabilidade nas pesquisas – apesar do noticiário intenso e de muita discussão nas ruas e nas redes, as pesquisas de intenção de voto ficaram estáveis durante as quatro semanas de campanha do segundo turno.

 

 
 

 

Declarações de apoio

 

Material de campanha de Bolsonaro e Lula em Brasilia em 23 de setembro de 2022.  — Foto: REUTERS/Adriano Machado/File Photo

Material de campanha de Bolsonaro e Lula em Brasilia em 23 de setembro de 2022. — Foto: REUTERS/Adriano Machado/File Photo

 

Lula teve ao seu lado políticos de centro e de direita, tradicionalmente adversários em eleições anteriores, e artistas como Chico Buarque e Preta Gil, que participaram de um novo vídeo de campanha. Também aderiram ao petista religiosos e juristas, caso do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que julgou o mensalão. Derrotados no primeiro turno, Ciro Gomes e Simone Tebet manifestaram apoio, mas adotaram condutas distintas: ele o fez de modo tímido; ela foi a comícios e fez campanha para Lula na TV.

Já Bolsonaro ganhou apoio de sertanejos (entre eles, Gusttavo Lima, Leonardo, Zezé Di Camargo e Chitãozinho), atletas, lideranças religiosas e políticos do campo conservador. O senador eleito pelo Paraná e ex-juiz Sergio Moro também divulgou nota em favor do atual presidente e passou a acompanhá-lo em debates. Bolsonaro, por sua vez, declarou que está "superado" o desentimento com seu ex-ministro, que, ao deixar o governo em 2020, acusou o mandatário de tentar interferir na Polícia Federal.

FONTE/CRÉDITOS: G1
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