A médica Cláudia Soares Alves, que sequestrou um bebê que estava em um hospital de Uberlândia (MG), foi presa em Goiás nesta quarta-feira (5), suspeita de participar da morte de uma farmacêutica em 2020, quando ela chegava no local de trabalho, segundo o delegado Eduardo Leal. Além de Cláudia, outros dois homens de Itumbiara, na região sul do estado, foram presos de forma temporária.
De acordo com o delegado, a médica havia se envolvido com o ex-marido da vítima. O ex-casal tinha uma filha e a investigada é suspeita de tentar tirar o poder familiar da mulher para assumir a maternidade da criança. A mãe havia proibido o pai de ter acesso a criança enquanto estivesse com Cláudia, o que levou a separação dos dois.
"A Cláudia certamente entendeu que ceifando a vida da vítima seria mais fácil dela conseguir assumir esse poder familiar. Ficou apurado que ela contou com o apoio do vizinho e do filho [dele]", destacou Eduardo Leal, em entrevista à TV Anhanguera.
Nesta quarta-feira (5), foram cumpridos três mandados de prisão temporária, que podem ser prorrogados por mais 30 dias e convertidos em prisão preventiva. O g1 não conseguiu contato com a defesa dos envolvidos até a última atualização desta reportagem.
Obsessão por ser mãe
A investigação apontou que Cláudia tinha uma obsessão por ser mãe de uma menina. De acordo com o delegado, ela fez de tudo, a qualquer custo, para conseguir isso. "Ela tentou adoções fradulentas com documentos falsos, ela tentou comprar um bebê no estado da Bahia e sequestrou uma recém-nascida, tirando a bebê do colo da mãe", ressaltou.
Há cinco anos, Cláudia já fazia fertilizações para tentar engravidar e não conseguia. Na casa da investigada, a Polícia Civil encontrou um quarto pintado de rosa, com várias roupas de criança pequena, um berço e uma bebê reborn dentro.
Segundo o delegado, os presos serão encaminhados para Uberlândia, onde ficaram à disposição do Poder Judiciário.