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Plantas medicinais do Cerrado podem desaparecer até 2060 por causa de mudanças climáticas, aponta pesquisa

Impactos do aquecimento global podem reduzir em até 64% as áreas adequadas para o plantio de espécies como o pequi, o barbatimão e o jatobá-do-cerrado

Plantas medicinais do Cerrado podem desaparecer até 2060 por causa de mudanças climáticas, aponta pesquisa
Flor do pequi amarela — Foto: Jonathan Wilkins - Wikimedia (Creative commons)
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As plantas medicinais nativas do Cerrado correm sério risco de desaparecer até 2060 por causa dos efeitos das mudanças climáticas. A conclusão é de uma pesquisa realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado da Universidade Estadual de Goiás (Renac-UEG), que aponta que os impactos podem reduzir em até 64% as áreas adequadas para o plantio dessas espécies.

Segundo o estudo, publicado na revista científica Biodiversity and Conservation (Springer Nature), o desaparecimento dessas áreas, em função do aquecimento global, atingiria espécies representativas do bioma, como o pequi (Caryocar brasiliense), o barbatimão (Stryphnodendron adstringens) e o jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa).

Uma das consequências desse agravamento das alterações no clima seria a migração de espécies em direção à Amazônia, em decorrência do processo de “savanização”, em que áreas da Amazônia têm o potencial de se tornarem refúgios climáticos para plantas típicas do Cerrado. Essa migração, que em um primeiro momento pode parecer benéfica, uma vez que as espécies teriam um novo local para se estabelecerem, pode causar desequilíbrios ecológicos.

O biólogo Leonardo Almeida Guerra dos Santos, de 26 anos, autor do artigo fruto da sua dissertação de mestrado no Renac-UEG, explica que esse processo transforma uma floresta tropical, úmida e densa, como a da Amazônia, em uma vegetação mais aberta, seca e semelhante a uma savana, como a do Cerrado.

 

"A 'savanização' é uma mudança profunda e indesejada no bioma amazônico, considerando-se as perspectivas de mudanças climáticas e também no Cerrado, considerando-se a perspectiva das plantas medicinais e uso por populações humanas tradicionais", disse o pesquisador.

 

Leonardo Almeida é o pesquisador responsável pelo artigo sobre as plantas medicinais do Cerrado — Foto: Divulgação/ UEG

Leonardo Almeida é o pesquisador responsável pelo artigo sobre as plantas medicinais do Cerrado — Foto: Divulgação/ UEG

FONTE/CRÉDITOS: G1 Goiás

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