O ex-médico Wesley Murakami, condenado por deformar pacientes em Goiás e Distrito Federal (DF), teve prisão decretada pela Justiça de Goiás. O mandado foi expedido pela 8ª Vara Criminal de Goiânia depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a pena de nove anos e dez meses de prisão atribuída a ele por lesão corporal gravíssima provocada em procedimentos com PMMA. Procurado há uma semana, Murakami ainda não foi localizado pela polícia. Ele é considerado foragido.
A decisão, assinada pelo juiz Luciano Borges da Silva, confirma a autoria e a materialidade dos crimes. Murakami deve iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. “Determino a expedição do mandado de prisão em desfavor do sentenciado, a fim de que possa dar início ao cumprimento da pena privativa de liberdade”, afirmou o magistrado no documento judicial.
A Polícia Civil de Goiás informou que realiza diligências para localizar Murakami e efetivar a ordem de prisão. O caso continua sob monitoramento das autoridades, e os pacientes afetados aguardam reparação pelos danos sofridos. O Mais Goiás tentou contato com a defesa de Wesley Murakami, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestação.

Procedimentos com PMMA
O caso envolve procedimentos estéticos realizados entre 2013 e 2018 em Goiânia e no Distrito Federal, afetando 14 pacientes que relataram dores intensas, deformidades permanentes e prejuízos psicológicos e financeiros. Na época, o ex-médico não possuía autorização do Conselho Regional de Medicina de Goiás (CREMEGO) para realizar os procedimentos e aplicava toxina botulínica sem habilitação legal.
O Tribunal de Justiça de Goiás entendeu que o réu tinha plena consciência dos riscos das intervenções, como dores, deformidades e constrangimentos, e, mesmo assim, prosseguiu com as aplicações, assumindo os resultados de forma dolosa.
Registro profissional cassado
Em agosto de 2024, no cumprimento à decisão do Conselho Federal de Medicina, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) cassou o registro profissional de Wesley Murakami. O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal também aplicou sanção disciplinar, com censura pública, por infração ao Código de Ética Médica.